Um pouco gauche e muito guache. Estamos aqui porque gostaríamos de produzir e difundir material lingüístico-literário de língua espanhola alternativo aos já existentes no mercado editorial. Somos gente fina. Estamos aqui no interior do Mato Grosso (bem alí!!!), com muita transpiração; agradecemos às editoras cartoneras latinoamericanas, que nos dão inspiração. Um salve alado de admiração a tantas m[ed]usas espraiadas como potenciais redutos de resistência: un sinfín de gracias, siempre.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Porque hoy es 12 de octubre...
Y empezamos a escribir en este espacio dibujando el marco discursivo desde el cual hablamos... En Brasil, además del "Descubrimiento de América" también se conmemora el "Día de los Niños" y el día de "Nossa Senhora da Aparecida". De hecho, muchos hechos en una sola fecha...
FiaT blOg
Como abocanhar as primeiras palavras para desbravar um blog? Como escrever uma certidão do que vai funcionar como nosso próprio nascimento? O blog já existe há mais de um mês, mas como ainda não havíamos tido tempo para postar nada aqui, é como se não existisse.
Fiat lux!
Fiat blog!
Fíate en este blog!
Antes de mais nada: este blog é uma profissão de fé na palavra.
Cremos na deusa palavra toda po[de]rosa.
Este é um espaço laico [que blog pode ser laico ao prestar tantos sacrifícios e louvores à palavra?]. E ponto final. Sem ponto ao final. Lugar de encontro, afinal... Estamos aqui porque somos profissionais da palavra, seja ela ma[e]terna, fugaz, full gás, passageira, madrasta, estranha ou estrangeira. Estamos aqui porque somos fiéis da palavra, porque na terceira margem do rio não queremos ficar à beira. Estamos aqui porque somos fiéis à palavra, seja ela impossível ou rampeira. Estamos aqui particularmente interessados no poder de união e ilumin/ação das palavras. Estamos aqui porque sabemos que as palavras fazem coisas. Estamos aqui porque também queremos fazer coisas com as palavras. Estamos aqui para lavrar com as larvas das palavras, para lavar com a lava da palavra.
“Com o tempo descobriu que escrever
seria o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz
de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase”
seria o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz
de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase”
Manuel de Barros, matogrossense
[como todas as palavras que aqui se exibem em sua epiderme porosa]
Exercícios de ser criança,
SP: Salamandra, 1999
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